Bulas de Remédios

As bulas constantes no ER Clinic são meramente informativas. Em caso de dúvidas quanto ao conteúdo de algum medicamento, procure orientação de seu médico ou farmacêutico.



Laboratório

Darrow

Apresentação

sol. inj. 100mg em ampola de vidro âmbar c/ 5mL (20mg/mL) e 500mg em ampola de vidro âmbar c/ 10mL (50mg/mL).

Indicações

Darbin tem sua indicação principal na indução e manutenção da remissão das leucemias agudas não-linfocíticas em adultos e crianças. É também útil no tratamento de leucemia linfocítica aguda e leucemia mielocítica crônica (fase blástica). Darbin pode ser utilizado sozinho ou em combinação com outros agentes antineoplá-sicos; frequentemente, os melhores resultados são obtidos na terapia combinada.

Contra-indicações

Terapia com citarabina não deve ser iniciada em pacientes com supressão da medula óssea pré-existente, iatrogenicamente induzida, a menos que o clínico julgue ser o tratamento uma alternativa mais promissora para o seu paciente. Hipersensibilidade à citarabina ou a quaisquer componentes da fórmula do produto.

Reações adversas / Efeitos colaterais

As reações adversas mais comuns incluem náuseas, anorexia, diarréia, disfunção hepática, febre, erupções, tromboflebite, inflamação ou ulceração oral e anal. Náuseas e vômitos são mais frequentes após a administração por injeção intravenosa rápida. Ocorrem com menor frequência as seguintes reações: sepse, disfunção renal, dor abdominal, celulite no local da injeção, pneumonia, neurite ou neurotoxicidade, esofagite, dor torácica, dor de garganta, ulceração cutânea, retenção urinária, ulceração esofágica, pericardite, cefaléia, urticária, sardas, icterícia, conjuntivite (pode ocorrer com erupções), tonturas, alopécia, anafilaxia, edema alérgico, prurido, dispnéia. Como a citarabina é uma supressora da medula óssea, pode ocorrer anemia, leucopenia, tromboci-topenia, megaloblastose e redução de reticulócitos como resultado de sua administração. A gravidade dessas reações depende da dose e do esquema terapêutico empregados. Pode-se esperar também a ocorrência de alterações celulares na morfologia da medula óssea e nos esfregaços de sangue periféricos. A pós infusões constantes por 5 dias ou injeções agudas de 50mg/m2 a 600mg/m2, a depressão das células brancas segue um curso bifásico. Independente da contagem inicial, nível posológico ou esquema terapêutico, existe uma queda inicial nas primeiras 24 horas, com nadir nos dias 7-9. Segue-se uma ligeira elevação que atinge seu pico próximo ao vigésimo dia. Uma segunda e mais profunda queda atinge seu nadir nos dias 15-24. Ocorre então uma rápida elevação acima da linha de base nos 10 dias seguintes. A depressão plaquetária é notada em 5 dias, com o pico de depressão ocorrendo entre os dias 12-15. Logo após, uma rápida elevação acima da linha de base ocorre nos 10 dias seguintes. - Complicações infecciosas: Infecções virais, bacterianas, fúngicas, parasitárias ou saprofíticas, em qualquer local do corpo, podem estar associadas ao uso sozinho ou combinado com outros agentes imunossupressores após doses imunossupressoras que afetem a imunidade celular ou humoral. Estas infecções podem ser leves, mas também podem ser graves e, às vezes, fatais. - Síndrome da Citarabina: Castleberry (1981) descreveu uma síndrome de citarabina. Esta caracteriza-se por febre, mialgia, dor óssea, ocasionalmente dor torácica, rash maculopapular, conjuntivite e mal-estar. Geralmente ocorre 6-12 horas após a administração da droga. Os corticosteróides mostraram ser benéficos no tratamento ou prevenção dessa síndrome. Se os sintomas forem considerados tratáveis, o uso de corticosteróides deve ser considerado, assim como a continuação da terapia com Darbin. - Terapia com altas doses: Toxicidade pulmonar, gastrintestinal e do sistema nervoso central, grave, diferente daquela observada com os regimes terapêuticos convencionais de citarabina, e por vezes fatal, foi relatada após a administração de esquemas terapêuticos com altas doses de citarabina (2-3g/m2). Estas reações incluem toxicidade corneal reversível e conjuntivite hemorrágica, que podem ser evitadas ou diminuídas pela profilaxia com o uso local de um colírio com corticosteróide; disfunção cerebral e cerebelar, geralmente reversível, incluindo alterações da personalidade, sonolência e coma, ulceração gastrintestinal grave, incluindo pneumatose cistóide intestinal, levando a peritonite, sepse e abscesso hepático; edema pulmonar, dano hepático com aumento na hiperbilirrubinemia; necrose intestinal e colite necrosante. Dois pacientes adultos com leucemia aguda não-linfocítica desenvolveram neuropatias periféricas motoras e sensoriais após consolidação com altas doses de citarabina, daunorubicina e asparaginase. Pacientes tratados com altas doses de citarabina devem ser observados quanto a neuropatias, uma vez que podem ser necessárias alterações do esquema terapêutico para evitar distúrbios neurológicos irreversíveis. Dez pacientes tratados com doses experimentais intermediárias de citarabina (1g/m2) com e sem outros agentes quimioterápicos (meta-AMSA, daunorubicina, VP-16) desenvolveram pneumonite intersticial difusa, sem causa evidente, que pode ter sido relacionada à citarabina. Raramente se relatou rash cutâneo grave, levando à descamação. A alopécia total é mais frequentemente observada quando se utilizam esquemas de altas doses ao invés dos esquemas convencionais com citarabina. Foram relatados casos de cardiomiopatia, com morte subsequente, após o uso de terapia experimental com altas doses de citarabina e ciclofosfamida, na preparação para transplante de medula óssea. Esta reação pode ser dependente desse esquema terapêutico. Reportou-se uma síndrome aguda de insuficiência respiratória rapidamente progressiva para edema pulmonar e cardiomegalia radiograficamente pronunciada, após a administração experimental de citarabina em altas doses, utilizada em uma instituição no tratamento de leucemia recidivante. O efeito foi observado em 16 de 72 pacientes. Em um caso, o resultado dessa síndrome foi fatal.

Posologia

A citarabina não é ativa por via oral. A posologia e o método de administração variam de acordo com o esquema terapêutico a ser utilizado. Darbin pode ser administrado por infusão intravenosa ou por injeção subcutânea ou intratecal. Em alguns pacientes ocorreu tromboflebite no local da injeção ou da infusão; raramente relatou-se dor e inflamação nos locais da injeção subcutânea. Na maioria dos casos, a medicação tem sido bem tolerada. Os pacientes podem tolerar doses totais maiores quando recebem a droga por injeção intravenosa rápida do que quando a recebem por infusão lenta. Este fenômeno está relacionado com a rápida inativação de citarabina e com a curta exposição das células normais e neoplásicas susceptíveis a níveis significativos da droga, após injeção rápida. Células normais e neoplásicas respondem aparentemente de modo paralelo a esses diferentes modos de administração; nenhuma vantagem clínica expressiva foi demonstrada para qualquer um deles. Tem sido curtas as remissões induzidas pela citarabina e não acompanhadas por terapia de manutenção. Na terapia de indução de leucemia aguda não-linfocítica, a dose habitual da citarabina em combinação com outros agentes quimio-terápicos antineoplásicos é de 100mg/m2 por infusão intravenosa contínua (dias 1-7) ou 100mg/m2 IV a cada 12 horas (dias 1-7). Deve-se consultar a literatura para as recomendações atuais quanto ao uso em leucemia linfocítica aguda. Uso por Via Intratecal: A citarabina tem sido utilizada por via intratecal em leucemia aguda em doses que variam de 5mg/m2 a 75mg/m2 de superfície corpórea. A frequência de administração tem variado de uma vez ao dia por 4 dias a uma vez a cada 4 dias. A dose mais frequente usada foi de 30mg/m2 a cada 4 dias até que os achados no líquido cérebro-espinhal se normalizem, seguida por tratamento adicional. O esquema terapêutico é geralmente orientado pela gravidade e tipo das manifestações no sistema nervoso central e pela resposta à terapia prévia. Preparação da solução para infusão e estabilidade: Darbin não deve ser diluído em soluções contendo conservantes se for administrado por via intratecal. Darbin deve ser diluído com soluções de glicose a 5% e cloreto de sódio a 0,9%, de modo a obter concentrações de no máximo0,1mg/mL. Para reduzir contaminação microbiana, é recomendado que a diluição seja efetuada imediatamente antes do uso e a infusão iniciada assim que realizada a mistura. A infusão deve ser completada dentro de 24 horas após a preparação e o resíduo deve ser descartado. Como regra geral, antes de sua administração, as medicações para uso parenteral devem ser inspecionadas visualmente quanto a partículas em suspensão e descoloração, quando a solução e o frasco o permitirem. Devem ser tomadas as devidas precauções na preparação e descarte das soluções contendo quimioterápicos antineoplásicos. Pode-se utilizar seringas com ajuste Luer-Lock e de largo diâmetro interno para minimizar a pressão e eventual formação de aerossol. A formação de aerossol pode ser diminuída pela utilização, durante a preparação, de agulha ou respiro. Podem ocorrer reações cutâneas associadas com a exposição acidental ao produto. Não se recomenda a manipulação de agentes citotóxicos, como a citarabina, por mulheres grávidas.

Informações

A citarabina é um agente antineoplásico citotóxico para uma grande variedade de células proliferativas de mamíferos. Mostra especificidade de fase celular, destruindo inicialmente as células que realizam síntese de DNA (fase-S) e, sob certas condições, bloqueando a progressão das células da fase G1 para a fase S. Embora o mecanismo de ação não seja completamente conhecido, parece que a citarabina age através da inibição da DNA polimerase. Relatou-se também uma incorporação limitada, mas significativa, da citarabina no DNA e no RNA. A citarabina produziu dano cromossômico extenso, incluindo quebras cromatóides e transformação maligna de células de roedores in vitro. A deoxicitidina evita ou retarda (mas não reverte) a atividade citotóxica. Estudos em culturas de células mostraram um efeito antiviral. Entretanto, a eficácia contra herpes zoster ou varíola não foi demonstrada em estudos clínicos controlados. Resistência celular a sensibilidade: A citarabina é metabolizada através da deoxicitidinaquinase e outras quinases para nucleotídeo trifosfato, um inibidor eficaz da DNA polimerase; é inativada por uma deaminase pirimidina-nucleosídeo, que a converte ao derivado uracil não-tóxico. Parece que o balanço entre os níveis de quinase e deaminase pode ser um importante fator na determinação da sensibilidade ou resistência da célula à citarabina. Estudos em animais: Em estudos experimentais com tumores de camundongo, a citarabina foi mais eficaz naqueles tumores com alta fração de crescimento. O efeito foi dependente do esquema de tratamento; os efeitos ótimos foram alcançados quando o esquema terapêutico (doses múltiplas próximas ou infusão constante) favoreceu o contato do fármaco com as células tumorais quando o número máximo de células estava na Fase S susceptível. Os melhores resultados foram obtidos quando os ciclos terapêuticos foram separados por intervalos suficientes para permitir a recuperação adequada do hospedeiro.

e S susceptível. Os melhores resultados foram obtidos quando os ciclos terapêuticos foram separados por intervalos suficientes para permitir a recuperação adequada do hospedeiro.